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Mostrando postagens de dezembro, 2024

AUSÊNCIAS

 Após a partida de quem ocupou um grande e especial espaço em nossas vidas fica um vazio com a forma de quem nele esteve. Passamos a conviver com uma ausência, perturbadoramente, presente. Nossa mente se pega, por vezes, conversando com alguém já ido como se ele fosse nos responder e interagir conosco. Passou a ser como aquele amigo invisível da infância. Com o tempo forma-se uma cicatriz  dentro de nosso coração com  o contorno de uma figura e no seu interior o que chamo de zona cinzenta, porque para mim cinza é a ausência de vida e de alegria. Cinza é  monotônia! É interessante relacionar-se com ausências e seus fantasmas sem nostalgia, mas, um vazio pleno de sentimentos  que o tempo vai anestesiando e colocando no modo de adormecimento. Ausências também são seres autônomos dentro de nós, com os quais aprendemos a conviver, pacificamente, ao longo da jornada. Analisando minha trajetória , observo que minha coleção de ausências está aumentando e daqui a pouco s...

PANDEMÔNIO

 Tenho estado meio desanimada para escrever e/ou digitar. São tantos absurdos ocorrendo no mundo, e no Brasil em particular, que tenho preferido me confinar no YouTube ouvindo velhas músicas, indo algumas vezes para a Netflix e Amazon Prime. As notícias não são promissoras e observo, repetidamente, o uso da violência em todos os setores da vida, desde abordagens policiais até voos domésticos.  As pessoas parecem compelidas a exacerbarem seus lados mais sinistros e cruéis,  arvorando-se a juízes e executores das sentenças que proferem. É uma demência coletiva, uma insensibilidade para entenderem que somos igualmente humanos, que temos direito à dignidade e à privacidade. Pessoas estão invasivas ao extremo, sem  noção de limites e impelidas pela necessidade egóica de tornarem-se celebridades nas redes sociais. Qual o ganho pessoal em ter milhões de seguidores? Em ser um "Influencer"? Tudo muito raso e efêmero. Saia das mídias,afaste-se dos grupos que formam bolhas onde...