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Mostrando postagens de outubro, 2024

PESSOAS

 Há pessoas que deixam marcas profundas em nós, mesmo que tenham passado de forma efêmera em nosso caminho. Há pessoas árvores e pessoas vento. Pessoas árvores são aquelas que fincam raízes em seu solo sagrado, crescem, dão frutos e/ou flores, sombras acolhedoras e servem de lares para os pássaros. A tarefa divina que recebem é a de serem continentes, provedoras, protetoras. Fortes, não se deixam derrubar por quaiquer tempestades. Aguentam firmes as intempéries, seguem o ciclo das estações e adaptem-se às mudanças do ambiente sem murmúrios, até o momento em que a Natureza determina que seus ciclos de vida devem encerrar-se. E há pessoas vento. Aquelas que são voláteis, que movimentam-se por todos os lados, que percorrem o mundo sem a preocupação de se fixarem e seguirem regras. São donas de si mesmas, passam, desencadeiam mudanças e partem para novas descobertas. Às vezes são ventanias de tempestades, às vezes são brisas calmas e refrescantes no entardecer de um dia quente. Quando ...

CASAMENTO PARTE 2 Terceiro Ato

 Desconfio que estou com certa resistência em escrever sobre o resto desta história.   Vou procurar ser o mais sucinta possível.  Eu já tinha feito minha primeira pós-graduação, embora ainda não tivesse me inserido na minha área de formação.  Ele estava atolado na frustração de ter passado em uma Universidade bem conceituada próxima à sua casa, mas, que além de cara, era em período integral. Ele precisava ajudar financeiramente a família.  O pai dele estava desempregado, a mãe tinha conseguido um emprego como cuidadora de uma idosa e só folgava um dia na semana. O irmão do meio também trabalhava ,  adiou a faculdade, que conseguiu fazer mais tarde, e a irmã caçula era adolescente. No aniversário dele fiz uma surpresa com a ajuda de sua mãe , que gostou de mim. Foi uma caixinha linda, que tinha uma mola com um palhacinho segurando uma faixa de Feliz Aniversário. Ao abrí-la o palhaço surgia e um monte de pequenos corações saltavam. À noite, saímos para j...

ROTATIVIDADE

 Atualmente, parece que nada é feito para durar, nem eletrodomésticos, nem sentimentos. Ainda vou terminar a descrição do terceiro noivado, mas, não agora. Hoje  os ventos estão me soprando para outras histórias. Então, vamos lá!

CASAMENTO- PARTE 2 Terceiro Ato

Eu entrava cedo no trabalho e chegava em casa por volta das 15 horas. Quando meu pai me disse que havia um rapaz na sala querendo falar sobre livros, fui ver do que se tratava. Não entendemos como ele entrou no prédio de três andares em que cada morador tinha a chave da porta de entrada, que permanecia sempre fechada. Naquele dia e momento estava aberta. O jovem magro, de baixa estatura , roupas escuras e antiquadas sentado na poltrona disse estar captando sócios para o Círculo do Livro, do qual eu havia saído por insatisfação. Ouviu minhas avaliações negativas e não insistiu na tentativa de me convencer. Manteve a calma, falou em tom pausado. Conversamos sobre amenidades, tomou café , disse que ainda iria para o colégio, pois cursava o último ano do Ensino  Médio e trabalhava para ajudar nas despesas de sua casa. Eu já havia terminado meu curso universitário e era seis anos mais velha que ele. Me despertou o sentimento de piedade. Parecia infeliz. Considero este um dos piores sent...

CASAMENTO PARTE 2- Segundo Ato

 Ele era um "cara" muito simpático, não tão carismático quanto o anterior, mas, era dono de um sorriso largo, simples e facilidade de comunicação. Era o namorado do mundo! Tinha rodinhas nos pés, cantava muito bem (aliás, uma característica da família dele), tocava violão , tornando-se sempre o centro das atenções em reuniões de amigos e era do intetior do Estado. Seu lado sombra:  alcoolista (fui saber disto mais tarde). Era negro e isso deu o que falar, porque no começo houve resistência por parte da  minha mãe, mas, não do meu pai que havia sido criado por uma família negra  (talvez seja uma história para contar no futuro). Nos conhecemos no trabalho, menos de um ano após eu ter terminado minha relação anterior .  No início eu o achava meio debochado, me questionando se não estava sendo preconceituosa. No final do ano começamos a trocar correspondência no "amigo secreto" e quando terminaram os festejos não conseguimos parar. Em Fevereiro ele tinha passado no ...

CASAMENTO Parte 2- Primeiro Ato

 Ele era o namorado perfeito! Nos conhecemos na porta da classe, no Primeiro ano do Ensino Médio.  Carismático, sociável, encantador e num futuro muito próximo, um empreendedor de sucesso. Sabia fazer dinheiro antes dos 20 anos. Era um Rei Midas.  Eu usava salto de 10 cm e ainda sobrava altura para ele se inclinar ao me beijar e para colocar os braços confortavelmente sobre meus ombros. Seu lado sombra: manipulador e mentiroso. No primeiro ano de namoro eu acordava com um ramalhete de rosas a cada mês,  com cores diferentes. Nas datas comemorativas, presentes e chocolates da Kopenhagen. Porém, descobri que ele andou saindo com outra garota que já se considerava sua namorada.  Ele me convenceu a continuar, não a perdoar e esquecer. Ele era minha porta para o mundo e eu era a garota  linda e elegante com quem ele desfilava nas recepções da família e eventos sociais. Após 4 anos terminei com ele, mas, voltamos 1 ano e meio depois. Passados mais 2 anos resolver...